27 de agosto de 2008

About someone - Parte I: Confissões de uma mal-amada

Não me vem à cabeça a última vez que eu realmente tive sorte no amor. E eu não sei mesmo se isso me parece estranho. Na verdade, longe de encarnar a drama queen, acho que nunca tive muita sorte nessa área. Talvez esse seja o pensamento comum de quem não tem ninguém em determinado momento. Pode ser, pode ser! Mas acredito mesmo que minha habilidade para relacionamentos está abaixo da média normal. Vamos à análise dos fatos, que dizem muito mais do que o que passa pela cabeça...

Fui de amor obsessivo, doentio e desgastante ao amor de entrega e decepção dolorosa. Depois disso foram “paixões vazias”, um bom número delas. Logicamente vieram alguns amores, sim, mas amores pequenininhos perto do número de feridinhas que reabriram. Tentei e tentei. Entreguei meu coração a alguns, mas, talvez por não saber lidar bem com essas situações, as pessoas me devolveram o pobrezinho faltando alguns pedaços. Chorei de raiva, me lamentei, gastei meu tempo... E voltei a amar. O que parece um pouco idiota.

Certa vez, me convenci de que poderia mesmo substituir o amor por essas paixões e vivi com mais intensidade. “Mãos e braços, beijos e abraços, pele, barriga” etc, como já dizia Leoni. Mas, de repente, nada mais fazia tanto sentido e não me bastava só a intensidade. Confesso que amo essa intensidade, essa entrega, deixa sempre um gostinho de quero mais, mas acabo, sempre, caindo no eterno ciclo e sentindo mais do que só a paixão.

A teoria que me vem à cabeça é a seguinte: o ser humano vive disso. De amar mesmo. Fora todos os clichês que possam se destacar, como se estivessem em negrito nesta frase. Eu acredito que a sensação de sentir-se amado é uma sensação que gera uma satisfação mais completa. A rejeição, por sua vez, segue na direção oposta. Não há pior sensação do que a de ser rejeitado.

Considero-me um tanto mal-amada, sabe? Mal-amada no sentido literal do termo. Não me falta amor próprio – apesar dele ser um pouco debilitado. Porém, escrevo dores de amor com mais freqüência do que invisto em consegui-los. Nunca gostei de correr atrás desse tipo de coisa, acho que amor que é pra ser amor vem sozinho. Nas raras vezes em que corri, não me dei muito bem.

[continua...]

Um comentário:

  1. Belo Texto!
    Você tem um grande potencial para escrever.

    Mas falando do conteúdo do Texto, não se preocupe você é uma pessoa bacana...
    Se se sente assim hoje, amanhã será diferente.

    xD

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