13 de janeiro de 2009

"Vamos em frente, que atrás vem a concorrência...e alarmante!"

Decisões parecem tão assustadoras quando exigem uma posição imediata. Atormentam por terem de ser tomadas ou justamente por não terem sido tomadas ainda. Chega a ser uma dualidade interessante esta.

Sempre fui um tanto covarde diante de minhas decisões. Nunca entendi muito bem minhas reações, como a vontade de chorar em momentos de raiva, mas diante de resoluções meus atos sempre foram mais estranhos do que todos os outros. Um psicólogo, certamente, se deliciaria com a minha mente, tenho certeza, mas me considero orgulhosa o suficiente para não admitir minhas fraquezas para um completo estranho, mesmo que seja um profissional; ou seja, too bad for you psicólogos!

Meus processos de tomada de decisão são, cuidadosamente, divididos em etapas. A primeira une tristeza e raiva em uma dor absurda. A segunda leva ao perdão; um perdão que chega a ser exagerado e auto-destrutivo. A terceira é a recuperação da consciência. A quarta é o desapego. E a quinta, a última e mais longa, é a recuperação da normalidade. O mais engraçado de tudo é perceber que não se pode aceitar a verdade até que se chegue à terceira fase. Parece que não é aceitável que a verdade seja mesmo real quando se sente dor ou se tenta curá-la de forma desesperada. Não nos permitimos, durante a dor, aceitar que o tempo seja um remédio perfeito para tudo, mesmo sabendo que é.

O desapego é o período aparentemente mais simples de todos. Me convenci, há um tempo atrás, de que o desapego fosse a melhor forma de livrar-me do que me fazia mal e ainda penso assim. A evolução, porém, nesse sentido, está em entender melhor que o desapego vem depois que "o sangramento estancou", que retomamos as rédeas.

Foi uma época definitivamente complicada quando escrevi:

Certa vez ouvi uma frase que, no momento em que me apresentaram, nada significou... Mas, de repente e infelizmente, tudo faz sentido. A frase dizia algo sobre se fazer ausente tempo o suficiente para que sentissem a nossa falta, mas não tempo o bastante para que aprendessem a viver sem a nossa presença. Só eu sei o quanto sou capaz de me desapegar do que me faz mal. Talvez, esse "período de saudades" seja reduzido no meu mundo. Parece uma espécie de rejeição ou bloqueio imediato, uma vontade de esquecer e viver sem, um movimento de DESAPEGO. Sim, desapego. Palavra forte, direta e reta. A única que, quando entra, parece acalmar os ânimos e nos deixar mais seguros de nós mesmos. O desapego traz a sensação de liberdade momentânea, de independência. E nada melhor do que se sentir independente quando não se é, pensar-se livre quando algo nos prende. Já dizia o velho e sábio poeta popular: 'Mente vazia, casa do diabo!'.
[http://www.nina_na_net.blogger.com.br/ - 31 ago 2006]

Creio, hoje, que esteja na fase de retomada da consciência. Não se pode viver de ilusão e dor, indiscutivelmente. Amor não é o tipo de sentimento que acabe de uma hora pra outra e, se acaba, não é amor. E, de forma bem teimosa, ainda acho estupidez amar quem não nos ama.

Na última quinta-feira, tive um dia maravilhoso ao lado de pessoas especiais. Estive junto ao mar, aos meus melhores amigos, assisti o pôr do sol e sorri com vontade. Durante este dia ouvi uma frase que me marcou. Frases soltas me marcam com uma facilidade incrível! Um senhor, após me vender uma Coca-Cola e conversar alegremente sobre gostos diferentes e pensamentos diversos, disse "Vamos em frente que atrás vem a concorrência... e alarmante!". Em resposta sorri e concordei fervorosamente. A realidade nua e crua me fascina quando aparece assim de surpresa.

É isso! Devemos seguir em frente! Sabendo que a concorrência "alarmante" segue em nossos encalços, sem esquecer de que isso serve para todos e não somente nós próprios. É o bom e velho "Camarão que dorme a onda leva", em sua versão high-tech, sua versão 2009. E daí a primeira decisão do ano, que levou exatas, exaustivas e dolorosas duas semanas para ser concretizada; a de ir em frente...

3 comentários:

  1. Lé, são 7:16 da manhã e estou me preparando para ir operar, ou seja não há como eu planejar um comentário decente! Mas de qualquer forma acho ótimo que pelo menos você tenha suas fases definidas. É um modo de se organizar né? O q facilita em muito as coisas. Aliás, talvez nesse mOndo mUderno sua organização seria chamada de TOC, não?! Auhauahuahauahuahau
    Enfim! Amo você do meu tamanhão para todo sempre!
    Outra hora, quando eu estiver recuperada, volto aqui e digito algo melhor!

    ResponderExcluir
  2. Amiga, me ensina a ser assim.
    Quanta classe para fazer a fila correr (e não andar)...
    Beijos cheeeeeeeeeios de saudades.

    PS: Espero que de mim você não tenha se desapegado hein!

    ResponderExcluir
  3. Vai com Deus e conta cmg ;)

    S2

    ResponderExcluir