Adolescência tardia

Chega uma época da vida da gente que tudo fica duvidoso. TUDO. Geralmente, isso vem com alguma angústia que estejamos passando ou sei lá... Mas o fato é que vem e derruba.

Não sou muito de escrever exatamente o que me deixa aflita, não gosto de dar nome aos bois. Mas nada mudaria mesmo o que passa pela minha cabeça. O nome do meu problema é Marina. Isso aí mesmo, Marina.

Sempre fui uma pessoa organizada, que planeja o futuro bem, estabelece objetivos. Não considero isso um defeito, de maneira alguma. Acho, inclusive, que é um ponto muito positivo a meu favor. A questão é: depois de ver muitas coisas, mudar de ares novamente, comecei a questionar alguns dos meus planos. É muito difícil descobrir que o que nós achávamos que seria bom pode ser ruim, nos fazer mal. É duro enxergar que a estrada que buscávamos como o caminho certo pode nos fazer infelizes.

Tudo isso tem muito do post anterior, apesar deste ser um pouco mais sombrio. "Tudo muda o tempo todo no mundo", já diria Lulu.

Hoje, dia 13 de maio de 2009, um mês depois de completar 22 anos de idade, já não sei mais se quero ser mestra em História Comparada, não acredito que seja melhor fazer prova para o Itamaraty e seguir uma carreira de diplomata. São planos de tanto tempo... Mas que já estão significando muito menos.

Descobri no último fim de semana que sou apaixonada por artes marciais, realmente apaixonada. Antes me considerava uma amante do Tae Kwon Do, hoje descobri que vejo beleza em todas elas e faria o máximo possível se tivesse mais tempo. Quero o Hapkido, admiro muito o Kung Fu, ainda vou fazer Tai Chi. Acredito que, um dia, vou ter meus aluninhos e fazer algum dinheiro com isso.

A fotografia sempre foi o amor da minha vida. Quero me dedicar a isto, fazer um curso, quero poder fotografar e mostrar os detalhes pequenos que eu vejo nas cenas mais inusitadas. Rostos, sorrisos, mãos, formigas, ondas, folhas...

Quero aprender francês, alemão, koreano, chinês... Dar um up no meu inglês e no espanhol. Quero me formar no japonês e ir ao Japão para passar um loooongo tempo visitando cada canto do que eu considero parte de mim.

Quero conhecer o mundo, quero ir aos lugares.

Hoje, meus planos me prendem a algo que não me faz feliz. Meu mestrado não é o que eu queria, não me agrada e eu não me considero suficientemente capaz de estar entre aquelas pessoas. Às vezes acho que estou vivendo uma adolescência tardia, tudo que devia ter vivido há uns sete anos está vindo só agora.

Certas vezes parece bobagem, nas outras parece muito sério... Queria poder fugir um pouco e pensar. Talvez descansar de tudo e pensar mais.