23 de setembro de 2010

Lembranças de uma vida passada

Passar dois meses de férias, no Japão, sem a grana que tudo isso exige, definitivamente não me fez uma pessoa melhor. Viajei? Sim. Me diverti? Fato! Meus amigos são fofurinhas lindas? Sim, as lindezas mais lindas do Japão. Mas, como pra tudo na vida, LIMITE É FUNDAMENTAL. E, como diriam as não tão más línguas, "mente vazia, casa do diabo".

Comecei a ler Crepúsculo pela 4ª vez, com as mesmas sensações de todas as outras e isso nunca foi um sinal de que minha sanidade mental estivesse de boa. No esforço de manter a prática de querer abraçar o mundo com as pernas, ao mesmo tempo estudo soroban todos os dias, estudo pra dissertação e leio o livro da @poalli - que, por sinal, inspirou fortemente esse post. Tento treinar, quando a atmosfera não conspira contra mim e me faz ficar presa no muquifu ou sair por aí tendo que tomar chuva, coisa que sempre odiei com força demais. Hoje por exemplo, dia do equinócio de outono - um dos poucos feriados do Japão - às 5 horas da manhã (sim, estava acordada porque tive insônia com os estresses dessa vida), começou uma tempestade com direito a raios trovões e vento. Durante as poucas horas que dormi (até umas 9 e pouco da manhã), choveu initerruptamente, ou melhor, a tempestade foi continua e me acordou com o quarto literalmente tremendo ao som dos trovões. O tempo ficou frio e isso é o anúncio do outono que teremos e um prelúdio do inverno que tá batendo ae daqui a pouco. Ou seja, inferno pra qualquer carioca.

E neste ócio, eu sinto falta de casa. Em casa, o ócio não seria assim tão ocioso. Alguém ligaria pro cel e diria "Nina, tá fazendo o quê? Vamos pro Subway? Hoje é quinta...", e eu iria juntar as moedas e partir pro Subway. Ou essa mesma pessoa me diria "Para de drama, eu te amo. Vamos comer no Burger King!" e a gente comeria no Burger King e ficaria rindo da cara dos outros. Outra pessoa poderia ligar e perguntar "Irmã, vai fazer o que hoje?" e eu diria que nada, que estou bolada, sozinha e mexendo na internet, e ela diria "Então vamos andar no shopping e conversar sobre". Ainda uma outra pessoa poderia chegar e falar "Marina, vamos pro Calabouço hoje?" e eu diria que estou sem saco e a resposta seria "Deixa de viadagem e vamos encher a cara", com uma segunda voz dizendo "Deixa de ser viada!". Outra pessoa também poderia brotar na minha casa, com uma garrafa de Martini e nós a secaríamos com certeza, falando mal da vida, como boas drama queens que somos. E, amanhã, eu acordaria renovada, como se nada tivesse acontecido. Pronta pra próxima, como se meu coração despedaçado ontem estivesse super bem só 48 horas depois.

A verdade é que a distância aumenta tudo, como uma lupa cruel. Odeio esse excesso de drama. Quero recuperar a Nina, que virava e "Ahã! Foda-se, não ligo. Beijo", mais vezes, mas aqui é mais difícil. Já fui mais forte, mas acho q alguns dos meus "carregadores de bateria" ficaram no Brasil e as energias pra algumas coisas estão acabando lentamente. E ouvir a MIX de madrugada (no Brasil) ajuda? NÃO! Todas as músicas que podem me deprimir na vida já tocaram... [comentário non sense cabível ao momento em que o post está sendo escrito]

Espaço de desabafo? A gente vê por aqui também. Blog é diário, originalmente, né? E, às vezes, a perfeição não é tão perfeita.

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ATENÇÃO: As "pessoas" citadas no texto são reais e fazem parte da lista de grandes amores da minha vida. Saudades...

7 comentários:

  1. Dias difíceis fazem parte da vida e a tornam, por mais estranho que isso possa parecer, mais emocionante. Porque a sensação de superação que acontece depois (e isso acontece, sem dúvida, SEMPRE), é muito boa e recompensadora.
    Pensar nas pessoas queridas e que nos fazem falta é sempre um excelente remédio. E nos faz enxergar nossos verdadeiros objetivos, nos faz menter o foco.
    Estamos aqui, baby, pra dar sempre esse suporte!!!

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  2. vc pode não acreditar neste momento, mas a Nina forte e valente está aí! só ela para sentir tudo isso. e só ela para estar aí, do outro lado do mundo, nuam experiência única!
    beijoconas estaladas afundada na sua bochecha.

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  3. Bem, "tem dias que eu fico pensando na vida e, sinceramente, não vejo saída".
    A distância é o tempero da aventura. Lembro de um pessoal que cantava assim:"Por mais terras que eu percorra; Não permita Deus que eu morra; Sem que volte para lá;" É, não fui pracinha, mas já tive o mesmo sentimento. Saudade, comprovação física, que se ama alguem, né? Nina eu também to com saudade de você, mas to ligado pela lua, lembra? Força minha filha! Você é uma audaz e a sorte acompanha os audazes. Respire fundo, lembre de todos os "PUN CÊS" - É ASSIM QUE SE ESCREVE???? - e bola para frente. Conquiste o seu sonho. Perceba que vc não está só. Estamos seguindo juntos. Hoje a Lua esta cheia e lembra o seu rosto sorrindo. Te amo, Ok?

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  4. Nina, viver longe da família e amigos é bem complicado mesmo. Por mais que façamos novos amigos, alguns são insubstituíveis e fazem uma baita falta em momentos difíceis mesmo.

    Mas pense que nada é para sempre, que morar aí é algo temporário e que em algum tempo, você estará aqui de novo, com sua família e amigos em volta.

    Enquanto isso, aproveite ao máximo sua vida aí, suas experiências inesquecíveis e saiba que você está aprendendo horrores, a ser gente grande, a crescer e a ser mais independente e viver nos seus próprios pés.

    ;)

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  5. Acho que agora você sente o que eu sentia quand nevava. Nunca gostei de neve!
    Amiga, força! Segue em frente que a gente sempre está aqui para te dar apoio e incentivo para seguir em frente.
    Uma beijoca enooooorme chu!

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  6. Faz um tempão que vc escreveu isso... Mas eu só quero dizer que, momentos bons ou ruins, eu tou ai com você em pensamento. Todo dia acordo e sinto um arrepio aqui olhando pra nossa foto, e te desejo tudo de bom que esse mundo possa reservar a um ser humano. Se você passa por privações, tenho certeza que são pra que você possa merecer cada vez mais tudo de bom que você já tem e que há de vir, e, se é que é possível, se tornar cada dia mais maravilhosa.

    Te amo tanto, tanto, que falar assim faz até parecer que existe maneira de exprimir...

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