30 de maio de 2012

Tattoo

“Tattooing has been practiced for centuries in many cultures spread throughout the world. The Ainu, an indigenous people of Japan, traditionally had facial tattoos. Today, one can find Berbers of Tamazgha (North Africa), Māori of New Zealand, Hausa people of Northern Nigeria, Arabic people in East-Turkey and Atayal of Taiwan with facial tattoos. Tattooing was widespread among Polynesians and among certain tribal groups in Taiwan, Philippines, Borneo, Mentawai Islands, Africa, North America, South America, Mesoamerica, Europe, Japan, Cambodia, New Zealand and Micronesia. Indeed, the island of Great Britain takes its name from tattooing, with Britonstranslating as 'people of the designs' and the Picts, who originally inhabited the northern part of Britain, which literally means 'the painted people'. British people remain the most tattooed in Europe. Despite some taboos surrounding tattooing, the art continues to be popular in many parts of the world.”
[diz a tia Wikipedia]
Apesar da minha Aiquimofobia ou Belonofobia (nomes bonitos para o pavor extremo dos bichinhos do mal que são as agulhas), desde nova tive a vontade de fazer uma tatuagem. Mas tinha na cabeça, lá por volta dos meus 12/13 anos um certo preconceito em relação a isso. Vejam vocês, tô sendo bastante transparente em relação a isso. Não que eu achasse o fim ou odiasse pessoas tatuadas, a questão era que, pra mim, na minha cabeça boba de criança, eu achava que nunca ia conseguir um trabalho descente se tivesse uma tatuagem. Coisas que esse mundo besta coloca nas nossas cabeças quando somos jovens; mas há dois tipos de pessoa: as que crescem com isso e viram completos idiotas ou os que aprendem que as coisas não são assim e não é um desenho na sua pele que vai determinar seu caráter.

Conforme fui ficando mais velha, decidi de vez que um dia teria a minha (ou as minhas) tattoos. Ainda tenho em casa os desenhos que fiz. Desenhava, assistia programas, sonhava com o dia que poderia desfilar por aí com os meus rabiscos. Mas três coisas me impediam: dinheiro que não tinha, maioridade que não chegava e o pavor daquela agulha raspando em mim.

Depois que vim pro Japão, a idéia de virar ma “desenhada” foi alimentada pelo namorado, que também quer muito fazer a dele, e também pela Gisa (minha irBã), que fez sua linda borboleta no ano passado. Dos papos entre eu, Paula e Gisa, surgiu o desejo de todas fazerem suas tattoos (mesmo a Gi já tendo uma) e decidimos fazer juntas, no mesmo dia, quando estivesse no Brasil.

Com o passar do tempo, a idéia se consolidou mais e mais e resolvemos fazer algo que nos unisse pra sempre, representando nós três e o que amamos. A função de pensar em um desenho acabou sobrando pra mim e, no fim, até que tive a melhor das idéias: flores de cerejeira e os ideogramas coreanos de Taekwondo, a nossa arte-paixão. Mas o significado disso tudo não parava por aí! Seriam três flores, representando cada uma de nós e os ideogramas logo abaixo. Peguei o que podia de info e mandei pro nosso artista particular, Gabriel, que preparou um desenho lindo e único pra gente.

No mês de abril, enquanto estava no Brasil, tomei coragem, peguei meu dinheirinho e dei a cara a tapa. As meninas marcaram tudo, porque, sinceramente, se dependesse de mim e da minha coragem, não teríamos feito nada. Hahaha! E, então, horas antes de embarcar de volta pro Japão, fomos ao estúdio e fizemos nossos desenhinhos. Meu medo da dor foi por água abaixo quando quase não senti NADA durante o processo e a satisfação, depois de pronta a tattoo, fez tudo valer a pena. Ainda me gabei de ter sido muito valente e ter entrado primeiro. Hahaha! A vontade de anos virou realidade, me unindo pra sempre à duas das minhas melhores amigas nessa vida.

O mais legal da história é, também, poder responder às perguntas do tipo “o que a sua mãe disse sobre isso?” com um “a minha mãe estava dentro do estúdio e assistiu tudo”. Tem mãe mais fo** nesse mundo? Não tem, né?

Hoje me sinto muito rebelde (hahaha!), por viver num país tão cheio de preconceito com tatuagem como o Japão (apesar de ter sido um dos precursores), e, ao mesmo tempo, defendendo uma causa bem simples, mas importante, o direito que cada um tem de se expressar livremente, da forma que quiser.

Os desenhos de quando era novinha, num futuro próximo, com certeza vão virar novos desenhinhos no meu corpo.

Obrigada, meninas, por compartilharem comigo um laço, além do sentimento que temos umas pelas outras. Obrigada Gaah, pelo desenho lindo. Obrigada mãe, por ser minha mãe. Obrigada Wanderley (nosso tatuador, do Tarantula Tattoo), pelo belíssimo trabalho.

5 comentários:

  1. Gostei do seu testimonial, apesar de ter sido vilão na história e na última hora estava dizendo como iria doer hahaha.

    Mas muito mais que o desenho, ou a tatuagem em si gostei da mensagem que você passou nas entrelinhas, liberdade de se expressar e coragem para fazê-lo!

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  2. Eu achei a sua tatoo muito bonita. Realmente, acho que muitas vezes criamos "monstros" em nossas cabeças sobre uma série de assuntos. Sejam eles em âmbito pessoal, como o medo da tatoo doer, como em âmbito social, como o preconceito de se ter uma tatoo. No fim, cada um de nós é responsável por "destruir" esses monstros ou viver com medo deles. No seu caso, você destruiu os seus de uma bela maneira e com pessoas que você gosta, te apoiando. Isso foi muito legal! ^^

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  3. OOOOOOOOOMG !!!
    VOCÊ É UMA PRINCESA
    E SOU SEU ARTISTA PARTICULAR
    *_____*' ♥

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  4. Como sempre, minha lindinha me surpreendendo em assuntos que poderiam ser tão corriqueiros, mas que nas suas mãos e mente tornam-se super especiais!
    Tem filha mais fo** nesse mundo? Eu é que tenho que agradecer por vc ser minha filha. Presente de Deus para todo o sempre!!! *_*

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