7 de março de 2013

Morar no Japão

“Como é uma casa japonesa?” “Quanto custa morar no Japão?” “Como é procurar um apartamento no Japão?” “Todas as casas são pequenas?” “Todo mundo dorme em futon, sobre o tatami?” “Todas as portas são de correr e todas as cidades tem muitos samurais, ninjas e lutas de espada na rua?” “O Naruto e o Jiraya são seus vizinhos?” São perguntas muito comuns sobre o Japão...

Respondendo, consecutivamente: Diferente; caro; difícil; a maior parte; não; não; e NÃO, GRAÇAS A DEUS. (rs)

A moradia, no Japão, é um caso bem diferente do Brasil, eu acho.

Primeiramente, se existe uma grande adaptação que precisamos passar, quando resolvemos viver no Japão, o nome dela é ESPAÇO. Parece besteira, mas a verdade é que sair do nosso (literalmente) grandioso Brasil e vir parar em um arquipélago como o Japão é complicado em termos de organização de espaço. Quando digo que virei a rainha do Tetris nessa terra, não brinco.
Já vivi em dois lugares diferentes aqui e, hoje, estou me preparando pra mudar de novo. O primeiro foi o dormitório e, como já disse por aqui, foi uma... Experiência... O quarto tinha 9 metros quadrados, com banheiro e cozinha compartilhados, e lá tive minhas primeiras lições de organização espacial, além de lições de convivência (aprendi que nunca mais quero dividir nada com desconhecidos lunáticos). O segundo lugar foi o Cafofo, que dividi com o namorado, e também falei um pouquinho aqui. O apartamento tem 42 metros quadrados, varanda e é um lugar bem legal, com soluções legais de aproveitamento de espaço e conforto. O terceiro vai ser minha Choupana na montanha, onde vou passar a viver a partir de abril. A Choupana tem 21 metros quadrados, varanda e é o típico apartamento japonês para uma só pessoa, mas ainda uma boa opção.

Agora, sabendo o tamanho desses apartamentos, procure lembrar de quantos metros quadrados tem a sua casa (ou apartamento) no Brasil... Pois é... Logicamente existem casas grandes no Japão, mas essas pertencem a pessoas com bastante dinheiro ou são mais antigas, naquele formato clássico que conhecemos, com lindos jardins japoneses.



Existem dois tipos de apartamentos japoneses, os apatos e as manshons. Manshon é um apartamento pequeno, de menor custo e, geralmente, de até dois quartos ou ambientes. Apato é um apartamento maior, mais caro e, geralmente, para famílias, com mais ambientes.

Os apartamentos mais novos (ou reformados recentemente), tem piso e não tatami, mas nada nos impede de encontrar ainda quartos com tatami por aí. Acredito que a proporção de quartos com e sem tatami são iguais. E, tirando a extrema dificuldade de limpar ou manter limpo um tatami, quartos tradicionais não são assim tão ruins. As portas de correr continuam muito comuns, mas acredito que seja mais por uma questão de economia de espaço e não por samurais, papel de arroz e tradição. (rs) A maior parte dos japoneses, hoje, ainda usa futon para dormir, mas as camas com armação e colchão tem se tornado mais comuns ultimamente.

Outro ponto disso tudo é a questão do custo. Considerando a falta de espaço no Japão, principalmente nos grandes centros e nas áreas próximas às grandes cidade, o valor do aluguel, por metro quadrado, é justo. Mas, em termos brasileiros, os aluguéis japoneses são extremamente caros. Só pra constar, o valor do meu aluguel no dormitório era de 28 mil ienes, o que equivale a cerca de R$550... Por um quarto de NOVE METROS QUADRADOS, mais os espaços comuns. Não sei vocês, mas eu acho isso absurdamente caro. Não comento também a compra de imóveis, porque não sei bem como funciona e imagino que seja incrivelmente mais salgada.

Existem várias imobiliárias super famosas no Japão e, geralmente, é nelas que conseguimos encontrar apartamentos legais com mais facilidade. Numa imobiliária japonesa, você chega, descreve exatamente o tipo de apartamento que você quer, o quanto quer gastar e a área, depois disso, o corretor vai te apresentar as opções e você vai poder visitar todas que preferir. As visitas são fundamentais, porque nem sempre as plantas nos dizem exatamente como é o apartamento e, na maioria das vezes, pelo menos nas nossas cabeças nativas de países de proporções continentais, a planta sempre parece muito maior do que encontramos de espaço ao chegar no local. Falo por experiência própria. Além dos prédios estranhíssimos, com costumes estranhos e meio porcões que podemos encontrar. No caso imobiliário japonês, realmente, nem tudo que reluz é ouro.

Acredito que encontrar um lugar pra morar, no Japão, é uma tarefa complicada para quem gosta de ter detalhes bem específicos na casa também. Como separações de cômodos e tudo mais. Você sempre terá que abrir mão de alguma coisa. Além de ter de lidar com uma burocracia infernal. Mas, no fim das contas, ainda é possível encontrar um lugar legal, que fique aconchegante.

2 comentários:

  1. É...morar no Japão é isso ae tudo e mais um "pouquinho" de trabalho! HEhe!
    Mas,referente ao espaço, ainda assim não consegui me acostumar a tão pouco...acho que brasileiro é, naturalmente, espaçoso!

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  2. Show de bola! Amei o texto! Agora aguardo ansiosa o post sobre a Choupana!! Fotos!! =))

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