7 de julho de 2009

Yes, we had him...

Não costumo me comover com certas coisas. Mas hoje eu chorei. E chorei um choro doído. Alguns podem dizer que estou na "onda Michael Jackson", que estou sendo ridícula e influenciável. Mas tenho meus argumentos e, depois que terminar, me digam se não são pertinentes.
No dia 25 de junho, Michael Jackson morreu, aos quase 51 anos. Ainda jovem, eu acho. Não acredito que exista uma alma viva neste planeta que nunca tenha balançado o corpinho ao som de uma música deste homem, salvo o pequeno exageiro. Me atrevo a dizer que Stevie Wonder roubou minhas palavras hoje, quando disse que não queria presenciar este momento, e, digo mais, do "alto" dos meus 22 aninhos, nunca me imaginei presenciando, por estranho que pareça.
Jamais vou me esquecer das reuniões de família, nas quais o vinil de Dangerous embalava os passinhos meus e do meu irmão; tínhamos 5 e 3 anos, no máximo. "Black and White" era nossa música favorita de todo o universo, sabíamos todos os pequenos detalhes do clipe. Crescemos e descobrimos Thriller, Bad e um grupinho chamado Jackson Five. Além de acompanhar o que veio depois na carreira de MJ. Pode parecer bobagem para algumas pessoas, mas eu acredito que nosso gosto musical vem do que nossos pais nos ensinam a ouvir e gostar quando pequenos; e tenho muito orgulho de dizer que MJ foi um dos cantores que formou o meu gosto musical.
Não me preocupei antes em expressar minha opinião sobre as poêmicas que envolveram MJ. Sempre achei que os golpistas estão por todos os lados e oportunismo é o forte deles, da mesma maneira que sempre achei estranho um homem envolvido com tantas coisas boas ser um pedófilo desequilibrado. O bom de crescer é aprender a enxergar com mais clareza o que nos cerca e aprender um pouco a separar o joio do trigo.
A mídia sempre cercou MJ e se deliciou em relatar ao mundo as "atrocidades" que o astro cometeu ao longo de sua vida, entre abuso de menores, vícios e aparência estranha. A mesma mídia que alavancou a carreira de Michael, a destruíu com as difamações que fez. Nos últimos meses, com o anúncio da nova turnê This is it, a imprensa mundial tentou se aproveitar mais uma vez e colocar MJ de volta ao páreo, a morte trouxe a galinha dos ovos de ouro mais uma vez. O MJ pedófilo e desequilibrado, de uma hora para outra, deu lugar ao MJ "Rei do Pop"; a mesma imprensa que o matou, hoje chora sua morte por oportunismo. Em uma montanha russa bizarra, a mídia exerceu um papel despresível em relação à vida de um homem que, pelo contrário, só queria realizar o máximo de bondade possível ao máximo de pessoas que conseguisse atingir.
Hoje, assistindo o funeral, que antes achava que seria mais uma jogada oportunista, me emocionei de verdade. Não foi um show de aproveitadores, foi um rito funerário tipicamente americano. Estava lá a família, estavam os verdadeiros amigos, os fãs, ou seja, todos aqueles que o amavam, prestando suas homenagens. A diferença, vejam bem, é que era uma pessoa tão "despresível", "maníaca" e "comedora de criancinhas" naquele caixão, que uma igreja comum não bastou e foi preciso um ginásio com capacidade para 20.000 pessoas para a ocasião, lembrando ainda que bilhões ficaram de fora, desejosos por uma oportunidade de estar lá.
Quando ouvi a Jennifer Hudson cantar "Will you be there" com os bailarinos que quase realizaram o sonho íntimo de todos os fãs de MJ de dançar com ele em um show e, como todos nós, nunca poderão fazê-lo, comecei a chorar e não parei mais. Parecia que a ficha tinha caído só naquele momento. Um dos maiores ídolos da minha geração, um cara que influenciou a minha vida, morreu e de uma forma tão triste, justo no momento em que se reerguia, retomava sua carreira e voltava a fazer o que amava.
Mas concordo tão plenamente com todos que falaram lá. Ainda assim, me surpreendi com alguns dos atos de bondade que as pessoas relataram. Não importa o que achavam de MJ, ele foi o maior ídolo de todos os tempos. Um verdadeiro rei, que soube reinar. Nós, fãs, sabemos! E vamos carregar no coração tudo que vivenciamos, para um dia ensinarmos aos nossos pimpolhos o significado que ganhou a expressão Moonwalker, mesmo que não saibamos fazê-lo.
"I'll never let you part. For you're always in my heart."

3 comentários:

  1. Achei muito bonito o que escreveu! E com certeza ,eu assino em baixo!
    MJ para sempre em nossos corações!

    TE AMO AMIGA! SAUDADES!

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  2. Caramba, escreve muito bem Nina. Tudo que você disse aí é a mais pura verdade! Emocionante. Beijos

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  3. Assino em baixo e bato palmas de pé para o seu post. Era tudo o que eu queria ter escrito e não consegui!!!

    Bjs,

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