25 de fevereiro de 2012

Desfecho Épico

Akeome! [de ‘Akemashite omedetou’, a versão japonesa do bom e velho ‘Feliz Ano Novo’] Não escrevo no blog desde o ano passado, que loucura! Tá, ok, piadinhas fail por toda parte... 2012 tá aí e seja o que Deus quiser; esperando, é claro, que os Maias não estivessem certos.

Tenho me recuperado, nos últimos tempos, de um fim de ano tão maravilhoso e cheio de acontecimentos que não sei nem por onde começar... Ou melhor, sei, mas não sei dar continuidade... Enfim! Meu irmão veio pro Japão e eu tive os melhores 15 dias dos últimos meses.

O ‘moleque’ chegou dia 20 de dezembro e começaram minhas andanças por esse Japão. Ser anfitriã é assim, né gente? Tem que mostrar tudo bonitinho, ainda mais pro menino que é alucinado por Japão. Eu e Júlio sempre tivemos muitas coisas em comum, principalmente os gostos; gostamos de estilos de música parecidos, gostamos de história, gostamos de viajar e gostamos de cultura oriental. E nada melhor do que começar nossas mil viagens por Kyoto.

Antes disso, ainda no dia 20, almoçamos um ramen de verdade e fomos a um não tão tradicional, porém famoso, kaitenzushi. Sabe aquele restaurante de sushi onde os pratinhos ficam passando numa esteira? Então... E esse ainda tem o plus de ter um joguinho a cada 5 pratos acumulados. O Júlio fez o favor de ganhar DUAS VEZES! Quando eu, que moro do lado do estabelecimento, NUNCA ganhei. Mas beleza...

Kyoto é a cidade que todo turista quer ver no Japão. Ponto. Tudo aquilo que você imagina, de samurais e pessoas de kimono pra tudo quanto é lado, tá lá. Templos milenares, casas tradicionais, castelos... HISTÓRIA. E assim foi, visitamos os templos mais badalados, como o Kiyomizudera e Inari, e chegamos até a ver geishas [falsas, mas vale pra ilustração]. E assim foi também nosso segundo dia de andanças, dessa vez em Nara e com direito a Buda gigante, veadinhos por todo lado, palácio de 1300 anos e um delicioso kare [de curry] como almoço.

Os dias seguintes foram mais tranqüilos e menos históricos. Passeamos por Kobe, a cidade do meu coração no Japão, visitamos o guardião [Tetsujin-28], o porto, Chinatown e voltamos pra casa. O dia seguinte já era véspera de Natal e o rapazinho me ajudou a limpar a casa e organizar tudo. Foi um Natal lindo, divertido e especial. Ganhei uma Polaroid clássica do namorado que foi um presente f*#$. No dia 25, andamos por Osaka, visitamos o castelo e nos preparamos para mais uma semana de viagens.

A segunda pós-Natal foi a mais épica e, talvez, a viagem mais marcante pro Júlio e, confesso, pra mim também foi uma agradável surpresa. Fomos pra cidade de Mimasaka, na província de Okayama. Não, ninguém conhece esse lugar... Até checar na nossa amiga Wiki, o nome antigo do lugar e suas conexões históricas. Mimasaka nada mais é do que a cidade natal de Miyamoto Musashi, um dos mais famosos samurais da história do Japão. Visitamos o museu, a casa onde ele nasceu, o templo dedicado ao cara e até o túmulo dele. Isso tudo debaixo de uma nevasca fenomenal, que rendeu fotos muito legais! A primeira neve da vida, na cidade do ídolo mor, foi tipo uma conjunção de orgasmos múltiplos e coloridos, como diria Carol.

O dia seguinte também foi muito legal e rendeu experiências fantásticas. Fomos à cidade dos ninjas, Iga-Ueno, na província de Mie. Visitamos uma casa de ninjas original, com todas aquelas passagens secretas e alçapões. Fomos a dois museus ninjas, contando toda a história e etc. Depois passamos pelo castelo e voltamos pra Osaka, pra comer um tradicional e delicioso Okonomiyaki [prato típico daqui e nova paixão do um irmão]; e esse ainda era de várzea, num restaurantezinho minúsculo e super delícia [vantagem pra quem tem guia ‘residente’].

O dia seguinte foi mais ‘grupal’. Juntamos a galera e fomos pro castelo de Himeji. Atualmente o castelo está passando por uma restauração, mas descobri uma tal visita à obra e lá fomos nós bisbilhotar o ‘trabalho de chinês’ de restaurar todo o telhado de um dos poucos castelos ainda originais do Japão. A visita ainda rendeu andanças pela enorme área do castelo, inclusive as muralhas. Depois partimos pra um almoço mais tradicional e delicioso. O dia seguinte guardava 8 horas de viagem de trem normal até Tokyo, com o bom e velho 18 kippu voltando a ser citado nesse blog; cansativa, mas com direito a ver de perto o Mt. Fuji lindíssimo.

Tokyo, como sempre, estava exuberante, agitada e cheia de novidades. Visitamos a Torre de Tokyo, Roppongi, o famoso templo Yasukuni [meu favorito, por razões profissionais], Shinjuku, Ginza, Harajuku, o templo Meiji, o parque Yoyogi [com lindas pinturas no chão da entrada! *-*], Shibuya, Asakusa, Okubo [e sua ‘Korea Town’, onde tivemos um jantar delicioso].

O marco da nossa viagem pra Tokyo, além de eu e Carol, gripadas e vencendo a gripe apenas com nossos sistemas imunológicos bem estabelecidos, foi a virada do ano. Fomos pra Shibuya, encontrar um enorme grupo de estrangeiros, que estavam com nossa menina Jams [garota carioca, suingue sangue bom], num restaurante com karaokê. Mais tarde também fomos contemplados com a presença de nossa menina Tatá [também garota carioca, suingue sangue bom]. A virada foi uma loucura. Sim, no Japão às vezes [muito raramente] isso acontece, ok? Shibuya é o lugar do cruzamento mais famoso do mundo. Conhecem? [Nop? Google it!] Pois então... Perto da virada, com todos devidamente bêbados e entretidos depois do karaokê, fomos pro cruzamento. Os telões da contagem foram apagados, pra evitar confusão [sim, isso é Japão], a polícia estava alucinada e ficamos lá, acompanhando a chegada do ano, cada um em seu próprio relógio. O ano novo veio e a forma de comemorar, além do clássico “Feliz Ano Novo”, foi ficar cruzando a rua sempre que o sinal abria, com pulinhos, gritos e no meio de uma multidão. Júlio e Carlos viraram melhores amigos de infância e best friends forever. Foi hilário e eu confesso que também atravessei a rua umas duas vezes. Hahaha!

A volta pra casa nos deu a deixa pra uma passada rápida em Kamakura, onde visitamos o Buda gigante e foi muito legal também, porque conseguimos entrar na estátua. Isso aí, penetramos o Budão. O maninho também teve seus momentos, comprou incenso, etc etc. E, mesmo depois de mortos de cansaço com a viagem de volta, ainda tivemos a cerimônia de soroban [aquela que eu já citei aqui]. Estávamos cansados, mais foi muito legal e ainda fizemos um monte de coisas tradicionais, como o shodo de ano novo, chamado Kakizome [a primeira escrita do ano].

Triste foi me despedir, viu? Ainda mais depois de um período de viagens, “aventuras”, diversão, papos só nossos e amizade, como foi esse. Estava mesmo sentindo falta disso, de ter um dos meus pimpolhos por perto e poder me sentir realmente em casa. Obrigada por ter vindo, Rolha, e por me mostrar que não importa a distância, não importa o que aconteça, amizade e família são pra sempre. Espero que esse período aqui tenha também sido uma oportunidade de você se divertir, conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e abrir os olhos pra quanta coisa esse mundo ainda tem pra te mostrar. Te amo, meu irmão!

3 comentários:

  1. Coisa linda esse amor de irmãos!! Ainda mais qdo os irmãos são pimpolhos saídos de mim... =D
    Seu brother A D O R O U a viagem! Chegou ao Rio com gostinho de "quero mais" e "vou voltar". E tenho certeza de q ele é eternamente grato a vc por tê-lo recebido tão bem e com tanto carinho. Assim como eu e seu pai tb o somos.
    Te amamos MUITO!!!

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  2. Descobrir novas coisas é sempre bom... Confirmar àquelas que já sabemos é muito melhor, principalmente quando se trata de amor. Bom, fazer pai chora é feio, né? É bom saber que coisas como família, amizade, carinho e amor são parte da gente que ficam nos filhos. Obrigado, aos dois, por mostrarem e garantirem essas coisas para sempre. Te amamos MUITO (2)!!!

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  3. Se eu conseguir ir mesmo esse ano, pegarei algumas inspirações da viagem do Julio, hahahaha :P

    Beeeeeeeel, vai comigo???

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